sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Vivendo


Andei sobre o pó daqueles lugares 
E sob o Sol daqueles dias. 
 - Vilas, ruas, corredores sombrios da Europa... 
...foram passarelas no angustiado desfile de minha vida na Terra. 
De velhos sonhos e antigos templos são minhas memórias. 
Muros altos, castelos, árvores milenares... 
Sinos que ainda dobram lembram velhos rituais de oração. 
A alma que ainda busca a Deus... 
Foge ainda do passado sinistro que ainda busca minh'alma. 
Andei sim por tais corredores e vilas antigas. 

Fiz este poema: 

Vivendo, morro cada momento. 
- Sobre o pó desta estrada de degredo 
- Sob o sol escaldante deste dia 
 Caminho, e a vida é morte ! 
Pois que vivendo, não vivo 
E morrendo, comigo me encontro. 
Meu eu, espírito que sou ! 
Acontecerá, quando o sol deste longo dia se pôr, 
Abrirá na noite o grande manto de estrelas 
- Incontáveis mundos e veredas outras 
- Onde não entrará o corpo de meu atual degredo . 
Descansará o amigo infatigável 
Devolvendo seus átomos à natureza. 
Eu, espírito, voarei pleno, nesta vida chamada morte, 
Descansarei desta morte chamada vida.
Pois que vivendo, não vivo 
E morrendo, torno-me eu - ganho a mim mesmo !

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