domingo, 19 de maio de 2019

Álvaro Alves de Faria - 3 poemas



Janis Joplin (Poema de Letícia Araujo)


 "Janis Joplin foi encontrada morta caída no assoalho de um quarto de hotel, com os lábios ensanguentados e 4 dolares e 50 centavos na mão – morte instantânea por overdose de heroína. Seu corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas no mar de uma praia californiana"

Não vá !
Em qual outra dimensão te perpetuarás 
senão em nossas almas?
Nelas ainda vibrará tua voz.
A morte te rouba o corpo! 
mas também nossa juventude.
- despedaça-nos!
e não diz o quanto te amamos,
deixa de ti um vazio imenso !
Sem sepultura, tuas cinzas flutuarão nas ondas 
de alguma praia,
e nas tristes águas das lembranças 
vagaremos à tua procura.
Não vá !
Quisera eu impedir tua queda nos braços da eternidade,  
nos meus braços tu continuarias, se eu pudesse !  
Deteria a porta que se abre ampla para dimensões outras,
Tu não transporias agora os umbrais do além túmulo !
Eu não deixaria, se pudesse!
Não vá !
ainda haveria tempo para mais algumas canções.
Em nossa juventude vibrou tua voz,
vibra agora no vazio triste das memórias.
A saudade é uma mortalha miserável e temos que vesti-la,
mas não esqueças nunca dos amores que o teu despertou.
Lá fora brilha um mundo que guardará tua lembrança.
Além das paredes deste quarto tua imagem permanecerá.
Enxuga minhas lágrimas, eu te enxugarei o sangue nos lábios.
Deste hotel eu te levaria para meu lar.
Violão e LPs seriam nossos companheiros.
Em tua veia corria música; ácido? Não !
E agora nada pága por tua falta ! 
o dinheiro que ficou em tua mão ?
Em definitivo nos desencontramos no quarto deste hotel,
e nas águas que lambem a areia de alguma praia 
tuas cinzas se perderão.
Adeus não - até breve !

BeijaFlor / Rodrigo Poeta / Álvaro Faria / Edu Miranda / Esteban Pérez




Loui Sousa (Seis poemas)






Letícia Araujo (3 poemas)