domingo, 23 de novembro de 2014

De Sapho para Átis

A Átis

Não minto: eu me queria morta.
Deixava-me, desfeita em lágrimas:
 "Mas, ah, que triste a nossa sina!
Eu vou contra a vontade, juro,
Safo”. "Seja feliz”, eu disse,
"E lembre-se de quanto a quero.
Ou já esqueceu?
Pois vou lembrar-lhe
Os nossos momentos de amor.
Quantas grinaldas, no seu colo,
- Rosas, violetas, açafrão -
Trançamos juntas!
Multiflores
Colares atei para o tenro pescoço de Átis;
Os perfumes nos cabelos,
Os óleos raros da sua pele em minha pele !
[...] Cama macia, o amor nascia
De sua beleza, e eu matava a sua sede”
[...] Cai a lua, caem as plêiades
E é meia-noite, o tempo passa
E eu só, aqui deitada, desejante.
- Adolescência, adolescência,
Você se vai, aonde vai?
- Não volto mais para você,
Para você não mais volto.
                                                    Safo


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