Quando tudo findar,
a noite, o dia
Estarei sobre a pedra
na ponta do abismo...
Lá onde o medo
não me socorre,
onde a única ilusão
que tenho
voará comigo...
Quando tudo findar
farei um verso
para que o desencanto
em mim
seja certeiro,
Para que eu saia
de cena
sem comoção.
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Quisera ouvir tua
palavra má
diante do silêncio
das portas.
O teu grito infernal
e altivo,
o teu mister
de vingança.
Quisera ouvi-la
sob as luzes
das estrelas de vidro,
Sob a nuvem tenebrosa
de um dilúvio.
Para que tudo ali se conforme,
Para que a solidão não nos deforme.
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O poeta é um maldito
assombro de si mesmo,
Um poço de súplicas e palavras convertidas
em silêncio,
Um náufrago em sua própria infinitude,
correndo o risco
de perder-se em seu caminho.
- Loui Sousa -
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