domingo, 18 de agosto de 2019

Loui Sousa em três poemas




Quando tudo findar,
a noite, o dia

Estarei sobre a pedra
na ponta do abismo...

Lá onde o medo
não me socorre,

onde a única ilusão
que tenho
voará comigo...

Quando tudo findar
farei um verso

para que o desencanto
em mim
seja certeiro,

Para que eu saia
de cena
sem comoção.
--------------------------------------------------

Quisera ouvir tua
palavra má
diante do silêncio
das portas.

O teu grito infernal
e altivo,
o teu mister
de vingança.

Quisera ouvi-la
sob as luzes
das estrelas de vidro,

Sob a nuvem tenebrosa
de um dilúvio.
Para que tudo ali se conforme,
Para que a solidão não nos deforme.
------------------------------------------------------

O poeta é um maldito
assombro de si mesmo,

Um poço de súplicas e palavras convertidas
em silêncio,

Um náufrago em sua própria infinitude,

correndo o risco
de perder-se em seu caminho.

                                      - Loui Sousa -


Nenhum comentário:

Postar um comentário