O Espírito de Claudia: agosto 2019

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Poemas e música

https://www.blogger.com/profile/05341011454667977302

https://twitter.com/louisousa50/status/1163590593504849920?s=20

Todos temos um baú
com coisas antigas
e tralhas diversas...

Quinquilharias de outrora
e pencas de chave sem
nenhuma serventia...

Baús que guardam segredos
e cartas de amores
malfadados...

Rasos humanos numa
caixa de madeira
com velhas fotografias
e mágoas esquecidas.

- Loui Sousa -

Aridez - Edu Miranda

https://twitter.com/EduMiranda1974/status/1163422682895003654?s=20

Mergulhei na solidão
dos teus olhos
Como se pudesse encontrar
o fundo

Chegar a tudo
que desse poço
fosse o fim

Encontrei um escuro
que não terminava
Meus pés sem chão
sem asas

Como a madrugada
sem flores
no jardim.

Refazer-me - Álvaro Alves de Faria

https://twitter.com/Alvaro_de_Faria/status/1163217138729050112?s=20

Refazer-me
em outra pessoa
que não sou.

O mundo é outro,
não aquele
em que eu vivia.

É outro,
muito distante
das minhas mãos.

Refazer-me
em alguém
que nunca fui,
que não
tenha meu rosto
nem use
meus sapatos azuis.

Será essa
minha única maneira
de viver

- Álvaro Alves de Faria -

Te vi saindo - Álvaro Alves de Faria

https://twitter.com/Alvaro_de_Faria/status/1150806492301484032?s=20

Te vi saindo
do meu quarto
e de minha vida
como se a fugir
de ti mesma.

Te vi abrir a porta
e toda a noite
te engolir
e cobrir teus cabelos.

Te vi desaparecer
passo a passo
na paisagem invisível.

Depois
fechei os olhos
para não ver mais.

Mas estavas
mais dentro de mim.

- Álvaro Alves de Faria -

domingo, 18 de agosto de 2019

Loui Sousa em três poemas

Quando tudo findar,
a noite, o dia

Estarei sobre a pedra
na ponta do abismo...

Lá onde o medo
não me socorre,

onde a única ilusão
que tenho
voará comigo...

Quando tudo findar
farei um verso

para que o desencanto
em mim
seja certeiro,

Para que eu saia
de cena
sem comoção.
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Quisera ouvir tua
palavra má
diante do silêncio
das portas.

O teu grito infernal
e altivo,
o teu mister
de vingança.

Quisera ouvi-la
sob as luzes
das estrelas de vidro,

Sob a nuvem tenebrosa
de um dilúvio.
Para que tudo ali se conforme,
Para que a solidão não nos deforme.
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O poeta é um maldito
assombro de si mesmo,

Um poço de súplicas e palavras convertidas
em silêncio,

Um náufrago em sua própria infinitude,

correndo o risco
de perder-se em seu caminho.

- Loui Sousa -

A rua e a casa antiga

https://jazzespirit.blogspot.com/2019/03/casa-antiga-leticia-araujo.html

sábado, 17 de agosto de 2019

Meu Universo Paralelo

jazzespirit.blogspot.com

Nossa cama - Edu Miranda

https://twitter.com/EduMiranda1974/status/1162495270262849537?s=20

NOSSA CAMA

Em nossa espaçonave
Astronautas nus

A viajar pelo universo
Os pés fora da Terra
Distantes azuis

A percorrer galáxias
Atravessar as eras
Sem pressa,
Na velocidade da luz

Por essa estrada
Sem caminhos
Sem mapas

Retornaremos
Famintos
Da próxima jornada.

- Edu Miranda -

Sal Dades - Edu Miranda

https://twitter.com/EduMiranda1974/status/1162693632899670017?s=20

SAL DADES

Quando você foi embora
esqueceu em meu peito
- tua casa -
um cheiro invisível
e alguns sonhos.

Que ainda rondam
os sonos
das noites paradas.

E as manhãs
em que o gosto de mar
toca o ar da minha pele,
como você a tocava
com suas mãos
de ondas
sobre o chão de areia.

- Edu Miranda -

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Quando não houver mais ninguém - Álvaro Alves de Faria

https://twitter.com/Alvaro_de_Faria/status/1162489587589091333?s=20

Quando não houver
mais ninguém,
caminharemos sozinhos
como se tudo
fosse normal.

Iremos a uma igreja,
a um parque,
a um zoológico,
a um hospital.

Iremos ao mar,
andaremos juntos,
e ouviremos o vento.

Quando não houver
mais ninguém,
voltaremos
para dentro de nós.